sábado, 29 de maio de 2010

A Origem dos Continentes

A inversão sistemática de magnetização remanescente (dito padrão zebrado de fundo oceânico) obtidas no Ocean Drilling Program, bem como a granulometria do basalto das placas oceânicas – mais grossa na proximidade das cadeias meso-oceânicas e mais fina junto aos continentes, onde resfriou-se mais rápido – sugerem que não se trata de um padrão zebrado de gênese do fundo oceânico, mas de um padrão de resfriamento. Afinal, a magnetização remanescente é adquirida a uma determinada temperatura (580ºC), e não a partir de um determinado tempo de gênese.
Nosso entendimento é que este magma teve sua gênese – a exposição à atmosfera – a um só tempo. O resfriamento é que foi ocorrendo paulatinamente, com a aquisição da magnetização ao longo deste tempo de resfriamento.










Esta exposição extensa de magma nos leva a crer que o posicionamento dos continentes não ocorreu paulatinamente, mas catasfroficamente. Um ou mais eventos que implicariam em significativa extinção em massa. Encontramos esta múltipla extinção em massa no intervalo Permiano e o Triássico. Não encontramos relatos de concentração anormal de irídio neste período, o que descarta a possibilidade de um impacto de meteoros.
O soerguimento das cordilheiras possui a mesma datação que as crostas oceânicas mais antigas, numa coincidência incomum, com esta mesma datação. Então, a crosta deveria cobrir toda a superfície do planeta. O evento catastrófico teria suprimido 2/3 da crosta terrestre – no lado
onde hoje temos o Pacífico, deixando apenas a parte da crosta que denominamos Pangea. Esta crosta restante, por estresses e esforços antipodais, já apresentaria as divisões e os riftes.
Entendemos que a atração gravitacional de um corpo que passasse próximo à Terra seria suficiente para fraturar e arrancar parte da crosta terrestre.
Consideremos que a Lua desequilibou-se em sua órbita e que esta se aproximou da Terra em órbita espiralada.
A crosta já formada, contínua e silicática, funcionava como refratária ao calor gerado no interior do planeta por decaimento radioativo. Por sobre ela estavam os oceanos – Tethis e outros. Este calor intenso sob a crosta diferenciou, química e fisicamente, uma camada entre a crosta e o manto: a descontinuidade de Mohorovicic (Moho) sob a totalidade desta crosta.
Com o progressivo aumento da atração gravitacional pela aproximação da Lua, a Terra deformou-se cada vez mais. A deformação ocorria para cada lado em que estivesse a Lua em sua órbita espiral decrescente. A intensificação das forças gravitacionais deve ter eliminado grande parte da vida terrestre. Este volumoso material orgânico foi acumulado nas bacias oceânicas de então. O estresse provocado pelas forças gravitacionais acabou por fraturar a crosta, expondo o magma presente em Moho. Inicialmente os oceanos escoaram por estas fraturas – hiantes aberturas, como descrito por Leibniz –, depositaram as substâncias orgânicas, carbonáticas e calcáreas, enquanto toda a água dos oceanos se evaporou, restando sobre eles imensos depósitos de sal, petrificados pelo calor intenso proveniente deste magma exposto que se solificava.
Na medida em que a Lua se aproximou da Terra, ou seja, na medida em que o raio da espiral se tornou menor, esta ganhou velocidade. A uma determinada distância, a velocidade foi tal que a Lua escapou da órbita, ou seja, a espiral decrescente foi vertida em espiral crescente. A esta distância mínima, pedaços da crosta – continentes, 2/3 da crosta terrestre – foram arrancados.
Parte desta crosta foi acrescida ao solo da Lua. Assim como as grandes falhas, as grandes cordilheiras também são resultantes deste evento interplanetário. A placa da Índia simplesmente ancorou no Himalaia, que já estavam lá, soerguidos, assim como os Andes, as Rochosas, os Urais, as cordilheiras Australiana e Antártida. Estas regiões montanhosas foram formadas instantaneamente com o arrancar de parte da crosta, numa espécie de rebote elástico.
A imensidão da poeira gerada pelas fraturas teria características similares à do chamado loess. Toda essa poeira seria lançada na atmosfera, com uma parte levada pela Lua. Posteriormente, essa poeira atmosférica retornaria, em depósitos sem descontinuidades estratigráficas, mas por toda a superfície da Terra, inclusive nas fraturas cada vez mais largas.
Caso a Lua tivesse uma densidade original similar à dos planetas internos do sistema solar, para passar a ter uma densidade similar à atual, precisaria ser coberta por uma camada de 300 km de profundidade com aquela crosta terrestre (cerca de 10% da crosta total), A Lua passou a ser constituído por uma crosta contendo rochas similares às dos escudos terrestres. A poeira ali depositada também teria características similares à do loess. A água eventualmente encontrada na Lua deverá apresentar características que definam que essa tenha origem em nossos oceanos pretéritos. A superfície da Lua apresenta um expressivo volume de crateras, provenientes do próprio processo de acresção desta parte da crosta terrestre. Em seu processo de afastamento – órbita em espiral crescente –, a Lua foi perdendo velocidade com o aumento do raio orbital.
Com a diminuição da temperatura, a água levada à atmosfera voltou a precipitar-se. Lavou os continentes e levou a poeira a depositar-se na novas margens continentais, complementando as plataformas. Alguns depósitos de poeira loess pemaneceram, mormente aqueles em regiões de baixa precipitação.
Alguns organismos marinhos são potenciais indicadores das mudanças ambientais ao longo do tempo por possuírem esqueletos cuja análise revela algumas propriedade físico-químicas dos oceanos em que viveram. Os novos oceanos eram doces e foram dominados por ostracodes de água doce, até que, há uns 135 milhões de anos, a salinidade voltou a níveis elevados e provocou o extermínio destes ostracodes.

2 comentários:

  1. Hey Newon, é o Gustavo da Faculdade, tudo bem?
    Bem, como disse anteriormente, sua explicação segue uma linha lógica interessante e coesa. Mas se fosse pra dizer o que me encomoda no seu texto/teoria seria:
    1º - o uso do termo catastrofista, me parece muito um tapa na ciência geomorfológica/geológica, não que toda a explicação não seja, mas isso inibe um pouco e gera alguns preconceitos prévios.
    2º - afirmar que a lua se "desequilibrou" de sua órbita é bom, mas me parece um pouco improvável que tamanho evento tenha passado despercebido pelos astrônomos e que essa "instabilidade" não tenha assumido um caráter cíclico, ou pelo menos não nos é falado nada sobre isso.
    3º - Tudo me parece um pouco finalista como a explicação tão criticada de Davis, aconteceu isso, e depois aquilo, ,mas entendo que uma lógica tão abrangente como essa precisa de certa "cronologia relativa" e que carece de uma gama muito muito grande de dados de comprovação que são inviáveis para um único pesquisador.
    Enfim, já está de noite, e aproveitei uma folguinha nos trabalhos pra escrever alguma coisa que me chamasse a atenção, em uma leitura bem rápida. Assim que der leio melhor e escrevo mais.
    Mas como disse antes, não é apenas por concordar simplesmente, acho REALMENTE, que suas idéias são bem organizadas, só acho tudo isso muito fora da nossa realidade, mas como a Profa. Claudete disse uma vez... quando Aziz analisou a costa de São Paulo dizer que os continentes "boiavam por ai" era um delírio de poucos pesquisadores.

    Abraços,

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  2. Oi, Gustavo. Se tiver algum, digo, bastante tempo, dê uma olhada na postagem e nos comentários que deixei no link abaixo. Com a idade, os dentes ficam mais desbastados, mas a língua fica mais afiada.
    http://geografoss.blogspot.com.br/2013/09/a-origem-dos-continentes-e-dos-oceanos.html?showComment=1383050142514#c2575371176665640117

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